Capim Zuri – Características e Alturas de Manejo

Escrito por: Leandro Raphael
Estagiário Exagro

Olá pessoal, continuando a sequência de postagens sobre as forrageiras presentes no Brasil, hoje iremos falar sobre as características e manejo do capim Zuri.

O Panicum maximum BRS Zuri é uma cultivar da Embrapa, fruto de uma seleção de Panicum Maximum coletadas no leste da África em 1969, e registrada e protegida em 2013 junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Com características de crescimento cespitoso, de porte ereto e alto, com folhas verdes escuras, longas, largas e arqueadas, com as folhas sem pelos, colmos grossos, é uma opção para diversificação de pastagens nos biomas Amazônia e Cerrado, seus principais atributos são a elevada produção, o alto valor nutritivo, resistência à cigarrinha-das-pastagens do gênero Mahanarva spp., além do alto grau de resistência à mancha das folhas, causada pelo fungo Bipolaris maydis quem tem acometido cultivares do capim Tanzânia, em diversas regiões do país.

Sendo uma gramínea sensível ao fator hídrico, pela falta ou o excesso de água no solo, o Zuri se caracteriza como uma cultura que se adapta a solos moderadamente encharcados à alagado, semelhante ao capim Tanzânia, porém com um desenvolvimento melhor em solos bem drenados.

Quando bem manejado, o Zuri pode apresentar uma produtividade média entre 17 a 21 toneladas de matéria seca por ano, com teores de proteína bruta entre 11 a 15% nas folhas e 7 a 12% nos colmos. .

A recomendação sobre o manejo do Zuri é da utilização em pastejo rotacionado, com altura de entrada de 70 cm e altura de saída de 30 cm. Devido a sua alta produtividade, quando mal manejado, há um alongamento excessivo de colmos, perdendo assim a qualidade nutricional da cultivar, podendo gerar um baixo desempenho animal.

Abaixo, podemos observar como está a média das alturas de manejo do capim Zuri no banco de dados do Projeto Pasto com Ciência:

Podemos notar que as alturas de pré-pastejo do banco de dados estão ligeiramente acima da recomendação da EMBRAPA, e a de pós-pastejo estão mais altas do que a recomendada.

Evidentemente que cada fazenda realiza o manejo de acordo com as suas necessidades, exigindo muito ou pouco de seus pastos. Contudo, é comum observarmos pecuaristas trabalharem com alturas de entrada na faixa de 100 cm, ultrapassando seu valor ideal de altura, o que leva a forrageira desenvolver mais talos e material morto, perdendo a qualidade nutricional do capim, obtendo uma menor produtividade do seu rebanho.

Até a próxima postagem!

Referências:

BRAGA, G. J.; MACIEL, G. A.; GUIMARÃES, R.; RAMOS, A. K.; CARVALHO, M.A.; FERNANDES, F. D.; JANK, L. Performance of young Nellore bulls on guineagrass pastures under rotational stocking in the Brazilian Cerrado. Tropical Grasslands- Forrajes Tropicales, v. 7, n. 3, p. 214-222, 2019.

EMBRAPA. BRS Zuri, produção e resistência para a pecuária. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/1309/panicum-maximum—brs-zuri  > ; Acesso em 12 de novembro de 2022.

EMBRAPA, GADO DE CORTE. BRS Zuri, produção e resistência para a pecuária. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2014.

SOUZA, J. A. S. Produção de gramíneas forrageiras dos gêneros Urochloa e Megathyrsus nas condições edafoclimáticas de Manaus, 58 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia Tropical) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2018.

Fonte: RAMOS, Allan Kardec Braga.

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