Histórico de ocupação de uso das áreas de pastagem

Marcus Prado

Consultor Exagro

Olá pessoal, vocês reconhecem a importância de monitorar a ocupação dos animais nas pastagens e acompanhar os indicadores ao longo do tempo? Hoje vamos apresentar informações de uma fazenda que acompanha bem de perto as taxas de lotações das áreas e de tempos em tempos analisa o histórico para planejar ações de melhoria e otimização do uso dos pastos.

Monitorar a ocupação das pastagens e gerenciar os indicadores de uso das áreas são práticas essenciais para garantir a sustentabilidade e a eficiência na produção agropecuária. Essas ações permitem aos produtores tomarem decisões informadas e ajustar estratégias de manejo, maximizando os benefícios para o gado, o solo e o ambiente.

Ao monitorar a ocupação das pastagens, os pecuaristas conseguem otimizar o uso de recursos, como solo e água. Isso evita o superpastejo, garantindo que os animais tenham acesso a pastagens de alta qualidade e reduzindo a necessidade de suplementação alimentar. A saúde do solo também se beneficia, ajustar as taxas de lotações evitam a degradação, compactação e a erosão, contribuindo para aumentar a fertilidade do solo.

Ao gerenciar os indicadores de uso das áreas, os produtores podem tomar decisões estratégicas com base em dados concretos, considerando fatores como as condições climáticas, o ciclo de crescimento das plantas e as demandas do rebanho. Isso resulta em um sistema produtivo mais adaptável e eficiente.

Abaixo podemos verificar o histórico de suporte de 6 módulos de pastejo de uma fazenda, referente ao ano de 2023.

Tabela 1: Eficiência de uso de áreas de pastagens

Fonte: Relatório eficiência de uso de áreas AgroHUB

Conforme a tabela acima podemos verificar dentro de período analisado de 360 dias, que o módulo 1, ficou com animais por 271 dias e a taxa de lotação média foi de 370 KgPC/ha de pasto efetivo (última coluna). Se trata de um módulo que tem uma boa área efetiva e precisa de ações de recuperação na melhoria da produtividade da forrageira. Aqui no blog já explicamos o que é área efetiva de pastagem.

Área Efetiva de Pasto – Do conceito à prática

O módulo 2, ficou com uma ocupação de 360 dias e taxa de lotação média de 599 KgPC/ha, enquanto os módulos 3 e 4, ficaram ocupados por 360 dias e lotações mais altas próximas de 1.100 KgPC/ha. O que permitiu essas maiores taxas de lotações é que no ano de 2023 os dois módulos foram adubados com 200 kg/ha do adubo 20:05:20. Pelo fato de a fazenda ter o controle da taxa de lotação, verificamos que a adubação elevou o suporte da área na média em 500 kg de PC/ha no ano.

O módulo 5 é uma área que apresenta a menor área efetiva da fazenda, com 40%. Esta área precisa ser reformada para que possamos aumentar a capacidade de suporte dela. Verificamos a sua baixa capacidade de suporte quando olhamos na penúltima coluna Taxa de lotação (KgPC/ha), aonde o suporte da área por hectare disponível foi de 211 KgPC/ha e por área efetiva de 527 KgPC/ha.

O módulo 6, ficou ocupado por 305 dias e na média com 482 KgPC/ha de pasto efetivo. Esta área tem a possibilidade de aumentar a área efetiva e capacidade de suporte.

Conclusões das análises da ocupação de uso das áreas de pastagem desta fazenda:

  • A adubação elevou o suporte das pastagens em 500 KgPC/ha.
  • Podemos adubar os módulos 1 e 6 e aumentar a capacidade de suporte.
  • O módulo 5 deve ser reformado para aumentar a capacidade de suporte.
  • Deve ser realizado uma análise do retorno financeiro e custos destas ações e verificar a viabilidade econômica destas ações.
  • Somente conseguiremos realizar o levantamento de melhora de resultado se tivermos em mãos os resultados obtidos dentro da fazenda. Portanto, tem o histórico de ocupação das áreas traz possibilidades de investimentos com mais clareza dos resultados esperados.

Em resumo, a importância de monitorar a ocupação das pastagens e gerenciar os indicadores de uso das áreas reside na promoção de práticas agrícolas sustentáveis, eficientes e economicamente viáveis. Essas ações contribuem para a saúde do solo, a qualidade da forragem, a sustentabilidade ambiental e o sucesso a longo prazo na produção agropecuária.

Até o próximo post!

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