Produtividade no agronegócio promovendo resultados

Por Mario Garcia e Marcus Prado

Quando falamos em sucesso no agronegócio, invariavelmente chegamos a um ponto em comum: produtividade. Ela é a verdadeira alavanca que move os resultados, garante a sustentabilidade do negócio e, ao contrário do que muitos imaginam, influência até na qualidade de vida das pessoas.

Produtividade não é apenas sinônimo de produzir mais. É diferente de produção. Produção está relacionada à quantidade total que se obtém, enquanto produtividade está ligada à eficiência no uso dos recursos. Uma fazenda pode produzir 200 arrobas de boi em 10 hectares, o que significa uma produtividade de 20 arrobas por hectare. Essa diferença conceitual é essencial, porque é ela que mostra se estamos realmente sendo eficientes ou apenas trabalhando mais para obter o mesmo.

Quando a produtividade aumenta, o impacto é direto no resultado financeiro. Produzir de forma eficiente significa entregar animais bem acabados em menos tempo, ou reduzir custos sem comprometer a qualidade. Essa eficiência melhora a margem e fortalece a saúde econômica da fazenda. Em um mercado competitivo e cheio de desafios, ser produtivo deixou de ser uma opção: é uma questão de sobrevivência. Negócios pouco produtivos acabam ficando pelo caminho, enquanto aqueles que conseguem fazer mais com menos se mantêm firmes e prontos para crescer.

Outro ponto essencial é que a produtividade está profundamente ligada ao conceito de sustentabilidade. Costumamos falar em sustentabilidade como o equilíbrio entre o econômico, o social e o ambiental. Nesse tripé, a produtividade tem papel fundamental. Usar recursos de forma mais racional, aproveitar melhor a terra, reduzir desperdícios e ganhar eficiência significa não apenas preservar o negócio hoje, mas garantir sua continuidade no futuro.

O Brasil é um exemplo vivo do quanto a produtividade pode transformar o agronegócio. Nos últimos 30 anos, a produção de grãos saltou quase 470%, saindo de 58 milhões para mais de 330 milhões de toneladas. Esse avanço não aconteceu apenas pelo aumento de área cultivada, mas principalmente pela melhora da produtividade por hectare. Na pecuária, a evolução também é clara: em poucas décadas, a produção de carcaça por hectare cresceu mais de 450%. Se na década de 70 a média era de uma arroba por hectare, hoje passamos de quatro. E ainda há muito espaço para crescer. Uma fazenda que produz quatro arrobas pode alcançar seis, sete ou mais apenas com ajustes de manejo. Com algum investimento em tecnologia, é possível alcançar patamares de 12, 15 ou até 20 arrobas por hectare. Esse salto é incremental, ou seja, não exige mudanças drásticas, mas uma evolução contínua no jeito de manejar.

É importante reforçar o que produtividade não é. Muitas vezes, ela é confundida com sobrecarga de trabalho ou com simples aumento de escala. Mas produtividade não significa trabalhar mais horas ou apenas ampliar a produção. Significa utilizar melhor os recursos disponíveis, encontrar eficiência nos processos e gerar mais resultado com equilíbrio.

E esse conceito vai além das fazendas. A produtividade também é pessoal. Quando pensamos em nossa rotina, ser produtivo é conseguir organizar as prioridades, reduzir desperdícios de tempo e criar espaço para aquilo que realmente importa. É melhorar o desempenho no trabalho, mas também preservar tempo de qualidade com a família, ter clareza no que precisa ser feito e reduzir o estresse causado por tarefas acumuladas. A pessoa produtiva não é a que faz tudo ao mesmo tempo, mas aquela que entrega o que precisa ser feito e consegue terminar o dia com tranquilidade.

Felizmente, aumentar a produtividade não exige ferramentas complexas. Muitas vezes, papel e caneta já resolvem. Registrar tarefas, medir o tempo gasto em atividades e identificar gargalos ajuda a encontrar formas de melhorar. Fazer listas de prioridades, usar softwares de organização e ser consciente no uso das redes sociais também são passos simples, mas poderosos. No caso de gestores, é preciso um cuidado extra: não transformar colaboradores produtivos em sobrecarregados. O ganho de eficiência deve ser usado para melhorar o ambiente de trabalho e permitir mais planejamento, não para colocar mais peso em cima de poucos.

No fim, a produtividade é a chave que garante a sobrevivência dos negócios e o equilíbrio da vida pessoal. Ao olhar com atenção para processos, identificar melhorias e buscar maneiras de fazer melhor, abrimos caminho para resultados consistentes, sustentabilidade de longo prazo e, sobretudo, mais tranquilidade para viver. Produtividade não é apenas um número; é a base para empresas mais fortes e pessoas mais realizadas.

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