Alturas de Manejo do Capim Massai

Marcus Vinícius Prado Silva
Consultor Exagro

Olá, pessoal, tudo bem?

Hoje vamos falar do capim Massai.

Imagem 1: Pasto formado com capim Massai

O Panicum maximum cv. Massai, de origem africana, é um híbrido espontâneo entre o Panicum maximum e o Panicum infestum, estudado e desenvolvido pelo núcleo de Gado de Corte da EMBRAPA, em Campo Grande, MS, a partir de 1984, e disponibilizado no mercado em 2001.

O capim Massai possui as seguintes características: crescimento ereto; formação de touceiras; porte mais baixo frente aos outros P. maximum; excelente produção de forragem; grande velocidade de estabelecimento e rebrota; média tolerância ao frio e boa resistência ao fogo.

Dentre os outros P. maximum, o Massai mostrou-se vantajoso por apresentar melhor cobertura de solo, melhor persistência em terrenos com baixos níveis de fósforo, maior tolerância em áreas com grande concentração de alumínio e por apresentar mais resistência à cigarrinha-das-pastagens. Por tudo isso, ele é um capim que pode ser utilizado em uma ampla faixa de solos e regiões brasileiras, como a região Amazônica, Centro-Oeste e Semiárido.

Sobre a necessidade de chuvas, o Massai necessita de pelo menos 600 mm de chuva para sua sobrevivência. Como consegue aprofundar mais sua raiz, ele tem facilidade em buscar água e nutrientes nas partes mais profundas do solo, o que também explica sua maior resistência a solos com menores teores de fósforo e solos ácidos.

Sobre a produção forrageira, o Massai pode acumular de 10 a 18 toneladas de matéria seca por hectare por ano. Pode ser utilizado para pastejo direto e fenação. Não é um capim indicado para diferimento, pois devido ao formato de crescimento ereto, pode passar do ponto de colheita, aumentar a proporção de talos e material morto e gerar baixo desempenho animal.

As alturas recomendadas de manejo do capim são: 50 a 60 cm para entrada em sistemas rotacionados e 25 cm para saída, podendo elevar para 30 cm em solos mais pobres. O Massai não é recomendado para pastoreio contínuo.

Veja abaixo como está a média das alturas de manejo do capim no banco de dados do Projeto Pasto com Ciência:


Gráfico 1: Alturas de manejo ocorridas do capim Massai.
Fonte: Pasto Com Ciência

Note que as alturas pré-pastejo do banco de dados estão abaixo da recomendada pela EMBRAPA, e as de pós-pastejo, mais altas do que a recomendada. E ressaltamos novamente que o manejo de cada fazenda é independente, algumas fazendas desafiam mais seus pastos e outras menos.

O Massai tem boa palatabilidade, sendo bem consumido por bovinos, equinos, ovinos e caprinos, obtendo bons desempenhos e alto suporte animal. Vale ressaltar que, quando mal manejado, levando ao excesso de talos, a ingestão deste capim pode gerar problemas ao sistema digestivo dos cavalos, podendo até causar sua morte por constipação do sistema digestivo (Cólica), este fato ocorre mais na região norte do país, aonde não sabemos de relatos da região sul, sudeste. Para os bovinos, ele não leva a morte, porém o desempenho animal é bastante comprometido quando mal manejado. Um erro constante do pecuarista é trabalhar com alturas de entrada altas, entre 80 a 100cm, desrespeitando o porte mais baixo do capim, o que os leva a obter baixas produções de arrobas (@) com esta forrageira.

Até a próxima postagem!

Referências:

http://www.paginarural.com.br/artigo/711/capim-massai-e-lancado-pela-embrapa
https://www.embrapa.br/busca-de-solucoes-tecnologicas/-/produto-servico/875/panicum-maximum—massai

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