Aurélio Gabriel Silva Leandro
Trainee Exagro
A irrigação de pastagem é uma prática que tem ganhado destaque no Brasil, especialmente em regiões com clima tropical, onde a estacionalidade das chuvas pode impactar diretamente a produção forrageira. Com a adoção dessa tecnologia, produtores têm conseguido garantir o aumento da oferta de alimento para o gado durante todo o ano, aumentando a produtividade e a sustentabilidade da pecuária. No entanto, como em qualquer prática agrícola, é essencial considerar tanto as vantagens quanto os pontos de atenção ao implementar a irrigação de pastagem.
Antes de entrar propriamente no tema, vale a pena lembrar que o capim para crescer, precisa de luz, temperatura, água e nutrientes. E a junção destes 4 pontos é que garantem a maior produtividade.
Uma das principais vantagens da irrigação de pastagem é o aumento significativo na produção de forragem no momento favorável para o crescimento do capim e na ausência de chuvas, como nos veranicos. Com a disponibilidade constante de água, as plantas conseguem crescer de forma mais vigorosa. Isso permite aos pecuaristas, manter a alimentação do rebanho em níveis adequados maior parte do ano, evitando períodos de escassez que podem comprometer o desempenho dos animais.
Muitos acreditam que só implantar a irrigação o aumento produtivo forrageiro está garantido, porém, dependendo da localização da fazenda e variação de temperatura e luminosidade, faltam recursos para o crescimento forrageiro e a produtividade reduz, não suportando mais as mesmas taxas de lotações do período chuvoso mais favorável. A adubação também é muito importante neste sistema.
Além de aumentar a quantidade, a irrigação também pode melhorar a qualidade da forragem. Plantas bem hidratadas tendem a ser mais nutritivas, o que resulta em uma dieta de maior qualidade para os animais. Isso pode levar a ganhos em produtividade, como maior ganho de peso e melhor produção de leite.
Existem diferentes tipos de sistemas de irrigação, como pivô central, aspersão e gotejamento. Cada um possui suas particularidades, e a escolha do sistema deve levar em conta fatores como topografia da área, tipo de solo, espécie de forragem cultivada e disponibilidade de recursos. A escolha inadequada do sistema pode resultar em ineficiências e aumentar os custos operacionais. Além disso, sistemas de irrigação requerem manutenção regular para garantir que estejam funcionando de maneira eficiente. Falhas no sistema, como vazamentos ou obstruções, podem comprometer a distribuição de água, afetando negativamente a produção de forragem. Portanto, é importante que o produtor esteja preparado para monitorar o sistema e realizar as manutenções necessárias.
Apesar das inúmeras vantagens, a instalação de um sistema de irrigação pode ser um investimento elevado. Além do custo inicial com a infraestrutura, há despesas contínuas com energia elétrica, manutenção e, em alguns casos, com a captação de água. Portanto, é essencial realizar um planejamento financeiro detalhado antes de implementar a irrigação. A gestão eficiente da água é crucial para o sucesso da irrigação. É necessário monitorar constantemente a umidade do solo e ajustar a irrigação conforme as necessidades das plantas, evitando tanto o desperdício quanto o estresse hídrico. Além disso, em regiões onde a água é um recurso escasso, é importante garantir que a captação de água seja feita de maneira sustentável, respeitando as legislações ambientais que permitem o uso da água.
Referências
SILVA, Elizamar Ciríaco da; NOGUEIRA, Rejane Jurema Mansur Custódio; AZEVEDO NETO, André Dias de; SANTOS, Venezio Felipe dos. Comportamento estomático e potencial da água da folha em três espécies lenhosas cultivadas sob estresse hídrico;
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VOLTOLINI, Tadeu Vinhas; CAVALCANTI, Ana Clara Rodrigues; MISTURA, Claudio; CÂNDIDO, Magno José Duarte; SANTOS, Betina Raquel Cunha dos. Pastos e manejo do pastejo em áreas irrigadas.
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