METODOLOGIA DE MEDIÇÃO DIRETA DE FORRAGEM

Escrito por:
Luiz Firmino – Treinee Exagro
Maria Tereza Grasel Rodrigues – Gerente de Projetos no AgroHUB

A Medição Direta é feita em três etapas: medição de alturas, coleta/pesagem de amostras a campo e secagem das sub-amostras. As duas primeiras etapas são feitas a campo e a terceira é feita em algum local com um aparelho que possibilite a secagem das amostras.

Lembre-se que antes de executar esta técnica, você deve planejar onde medir. Se ainda não leu nossa postagem sobre o planejamento, clique aqui. A medição é individual de cada piquete, portanto as etapas são repetidas em piquetes diferentes.

Para as etapas iniciais a campo, os materiais necessários são:

  • Trena ou bastão medidor de alturas com fita métrica;
  • Moldura de corte, cuja dimensões dependem da espécie de forragem, vide postagem anterior;
  • Tesoura, podão ou foice para cortar a forragem;
  • Sacos grandes, como sacos limpos de ração, para coletar as amostras;
  • Balança portátil, com ao menos um decimal de precisão;
  • Sacos pequenos para a coleta das sub-amostras;
  • Caneta para identificar as amostras.

1. Medição das alturas

O procedimento de medição da altura do pasto deve seguir algumas recomendações para que se tenha um valor de altura média da pastagem que represente de forma coerente o pasto que está sendo medido. Afim de se obter uma boa representatividade e reconhecendo a realidade das fazendas no que diz respeito ocupação da mão de obra, recomenda-se que sejam realizadas medições em pelo menos 20 pontos distribuídos pelo pasto.

A distância entre os pontos e a direção do caminhamento durante a medição variam de acordo com o tamanho e forma do piquete. A distância entre os pontos pode ser medida através do número de passos do medidor. Exemplo: Coletar uma medida de altura a cada 20 passos percorridos no piquete. 

Figura 1: Sequência em “zig zag” para coleta de medidas de altura do pasto.

 

Para que seja realizada a medição de forma padronizada em todos os pontos de coleta, deve-se estabelecer a medição considerando a média das folhas mais altas da forrageira no ponto que está sendo medido. O uso de uma régua graduada com algum objeto para se apoiar no relvado também é uma opção. Também pode-se utilizar para a medição de altura equipamentos mais simples e de fácil aquisição como é o caso das trenas. Lembre-se de anotar os dados para calcular a altura média de todos os pontos medidos.

Figura 2: Medição de altura considerando a média das folhas mais altas da forrageira no ponto medido ou utilizando o apoio sobre as folhas.

2. Posicionamento das molduras

Depois de calcular a altura média do dossel, realize a coleta de massa de forragem dentro de uma área delimitada por uma moldura em um ponto que possua a altura média do piquete, já levantada. A moldura deve ser posicionada junto ao solo, isolando os perfilhos de dentro dos perfilhos de fora da moldura, uma vez que os de dentro deverão ser cortados com uma ferramenta para corte da forragem, como nos exemplos a seguir:

Figura 3: Exemplo de coletas de Massa de Forragem com utilização de moldura

3. Corte e Pesagem

Corte toda a massa de forragem presente dentro da moldura e colete dentro de um saco, para que essa amostra possa ser pesada. É importante cortar rente ao solo, mas desprezar aquele material morto que já estava solto sobre o solo, apenas interessa a forragem do ciclo atual.

Este vídeo (clique na palavra) demonstra as etapas 2 e 3. Com a massa natural toda no saco, pese a amostra (lembre-se de descontar o peso do saco) e anotar os valores encontrados.

Repita o passo 2 e 3 pelo menos mais uma vez. De preferência faça o corte em três pontos distintos do piquete sendo medido. A pesagem pode ser feita uma única vez de toda a amostra coletada em todas as molduras do mesmo piquete.

4. Subamostra

Quando toda a matéria natural estiver pesada, retire-a do saco e misture para homogeneizar. Desta mistura, retire uma subamostra significativa de ao menos 100g. É preciso conhecer e anotar o peso exato dela. Lembre-se que a subamostra deve representar a amostra maior, portanto deve ter proporções semelhantes de folhas e talos ou folhas verdes e amareladas da amostra maior.

Identifique de que piquete saiu esta subamostra que você levará consigo para secar mais tarde.

Figura 4: Exemplo de subamostra identificada para posterior secagem.

 

5. Secagem da subamostra

Existem algumas técnicas já descritas por outras empresas que ensinam como realizar a secagem com diferentes equipamentos. Você precisará chegar ao valor de matéria seca de cada subamostra.

Vamos indicar alguns materiais analisados e considerados bons para ensinar o passo-a-passo da secagem de acordo com o aparelho que você tem disponível:

Medidor de Matéria Seca profissional Koster: consultar o manual do aparelho;

Forno micro-ondas: comunicado técnico da Embrapa: https://www.embrapa.br/gado-de-leite/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1034878/como-medir-a-materia-seca-ms-em-forragem-utilizando-forno-de-micro-ondas;

Air Fryer: experimento da Nutron certificando o uso e a confiabilidade da Air Fryer: http://blog.nutron.com.br/bovinos-de-corte/air-fryer-metodo-alternativo-para-estimar-a-materia-seca-em-confinamentos-bovinos-de-corte/.

Na próxima postagem, você verá como realizar a Medição de Forragem no AgroHUB, o que elimina a necessidade de anotações em papel e que entrega os dados de Massa de Forragem e Densidade de maneira organizada, padronizada e segura.

 

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