Marcus Prado
Consulto Exagro
Olá,
Vamos falar hoje sobre a Braquiária Humidícula (Brachiaria humidícola cv. Humidícola), também conhecida como Quicuio da Amazônia, Espetudinha ou Capim Agulha, uma espécie difundida em todo o país. Sua introdução no Brasil foi feita em 1965, através de material vegetativo de uma coleção procedente da Universidade da Flórida, coletada na África por Oaks (Buller et aI. 1972).
Gramínea perene, estolonífera e de hábito de crescimento semi-ereto a prostrado. Tolera solos com baixa fertilidade, ácidos e com elevada saturação de alumínio, apresentando bom desenvolvimento em solos encharcados. Tolera muito bem a seca e o frio. Também é tolerante a cigarrinha-das-pastagens, ou seja, é capaz de hospedar a cigarrinha e não sentir os ataques feitos por elas.
O plantio desta forrageira pode ser feito por sementes ou mudas. É característico da semente possuir dormência e por isso o estabelecimento é lento quando feito nesse formato. Uma possibilidade é comprar sementes escarificadas, mas mesmo assim a germinação e estabelecimento da forragem são lentos. O plantio por mudas é mais trabalhoso, porém a formação do pasto é mais rápida.
Esta é uma das poucas gramíneas que costumam ser plantadas em consórcio com outras gramíneas. Como se estabelecem e germinam mais lentamente, alguns cultivares de Panicum são plantados juntos a ela para evitar que o solo fique exposto, principalmente em solos alagadiços ou mais pobres em fertilidade. Com o passar do tempo, a Humidícula vai se estabelecendo e ocupando as áreas livres e as áreas onde houve mortalidade das outras forrageiras.
A Braquiária Humidícula pode ser usada em pastejo rotacionado ou contínuo, sendo que as alturas recomendadas de manejo são: para entrada, 30 cm e saída, 22 cm; podendo chegar a 15 cm em caso de solos corrigidos e adubados. Pastos bem estabelecidos suportam uma alta carga animal, chegando a suportar de 3 a 5 UA nas águas e 1 a 1,5 UA na seca. Sua produtividade pode chegar em 12 a 15 toneladas de matéria seca por hectare por ano. Caso ela seja mal manejada, o desempenho animal ficará comprometido, pois perde muita qualidade quando passa do ponto ideal de corte. Esta característica permitiu que esse capim recebesse a fama de gerar baixos desempenhos quando pastejado, porém o erro está no manejo adotado!
Informações do Blog Pasto com Ciência demostram uma oportunidade em otimizar o manejo nestes pastos, como podemos ver abaixo, pois as alturas de entrada podem ser mais baixas, aumentando a lotação e produção de @’s nestas pastagens:
A Braquiária Humidícula é aceita por equinos, bovinos e ovinos. Nestas duas últimas espécies, deve ser feita uma suplementação com Cálcio, pois o capim contem oxalatos que podem gerar a doença conhecida como Cara Inchada.
Fico por aqui e até a próxima postagem!
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