Marcus Prado
Consultor Exagro
Olá! Hoje vamos falar um pouco sobre os pré-requisitos para realizar ajustes avançados no manejo de pastagem. Vocês que acompanham o blog já devem notar que estamos evoluindo a forma de manejar pastagens utilizando a Oferta de Forragem como indicador na tomada de decisão da distribuição e movimentação do rebanho dentro da fazenda.
A ideia desse post é trazer conhecimentos técnicos e gerenciais que são fundamentais antes de tomar decisão por meio deste indicador. Sendo eles:
1. Controle e dimensionamento da área
Este é o primeiro ponto que é preciso ter conhecimento. Aqui falamos de, para cada área, obter dados de nome padronizado e dimensionamento em hectares. Isso mesmo, conhecer e registrar os tamanhos de todos os pastos da fazenda.
Caso o regime de pastejo adotado seja o rotacionado, é preciso somar a área dos piquetes de um mesmo módulo para chegar na área total deste módulo de pastejo. O módulo é o agrupamento de pastos disponíveis para pastejo pelos mesmos lotes de animais.
Por exemplo: temos 3 pastos, com 8, 12 e 10 hectares cada um, respectivamente. Estes 3 pastos estão disponíveis para pastejo para o mesmo lote de animais, sendo um pastejado enquanto dois descansam. A área desse módulo é calculada somando as 3 áreas, que neste caso, representa 30 hectares.
A mensuração da área pode ser realizada por meio da contratação de um topógrafo, uso de GPS ou uso de programas como o Google Earth ou softwares agrícolas, como o AgroHUB.
Imagem 1: Exemplo de um mapa com o nome padronizado por área e seu tamanho em hectares.
2. Área Efetiva de Pasto
Após o levantamento e mensuração da área total do piquete, é necessário descontar a % da área que não é composta por forragem para chegarmos na área efetiva de pasto (AEP). Esta correção permitirá que o cálculo da taxa de lotação e suporte seja referente somente à área que contém forragem, evitando superdimensionamento de lotes por área.
Na imagem abaixo, podemos ver áreas marcadas em vermelho que não oferecem alimento aos animais.
A determinação da AEP é subjetiva e estimada conforme o conhecimento da área. Imagens da área vista por cima auxiliam na tomada de decisão.
Como exemplo, podemos verificar na imagem acima que o primeiro pasto contém algo em torno de 85% de AEP e o último pasto, 95% de AEP.
3. Controle do estoque de rebanho e distribuição dos animais na área
Conhecer o estoque de rebanho é fundamental dentro da propriedade por vários motivos. No caso do manejo de pastagem, é preciso saber quantos animais a fazenda possui e a sua distribuição dentro da fazenda. Ou seja, saber em cada pasto ou modulo de pastejo, quantos animais estão pastejando.
Para isso é preciso ter boas cercas para segurar e manter os lotes de animais e ter uma equipe capacitada com rotinas de contagem dos animais para monitorar o rebanho e o tamanho dos lotes.
4. Peso dos animais
Com o rebanho controlado e conhecendo a distribuição dos animais nas áreas, é preciso conhecer o peso dos animais. Existem alguns formatos para descobrir o peso dos animais, sendo eles:
Peso estimado: estimado por meio de estimativa visual. Quando feito por pessoas capacitadas e acostumadas a pesar animais, a precisão é muito alta.
Peso real: feito por meio de balanças. Possui alta precisão e confiabilidade quando a balança está calibrada. O manejo de pesagens em balanças é recomendado sempre que for preciso conhecer o peso dos animais. O ato de levar o animal até o curral é algo estressante e resulta em redução do desempenho, por isso, é recomendado que as pesagens sejam feitas sempre que os animais precisem ir ao curral em momentos de vacinas ou apartações planejadas, como momento de vendas ou formações de novos lotes com alterações nutricionais entre eles.
Já existem no mercado balanças adaptadas nas pastagens para pesagem diária dos animais, porém ainda sem muita viabilidade econômica, além de seu uso requerer planejamento.
Peso projetado: trata-se de um peso onde um ganho diário é projetado em cima de uma pesagem conhecida do animal. Com isso, será possível, baseado na última pesagem, acrescentar o ganho projeto e aproximar todos os dias o peso atual dos lotes. Associar o peso projetado com o peso visual são boas ferramentas para se chegar no peso dos animais dentro da fazenda. No mercado, existem softwares que já evoluem o peso dos animais diariamente e facilitam estas contas, como o AgroHUB.
O peso dos animais, no manejo de pastagem, servirá para o cálculo de taxa de lotação e previsão de vendas dos animais.
5. Massa de forragem
A massa de forragem refere-se à quantidade de forragem disponível por hectare para pastejo. Assim como na pesagem dos animais, existem algumas formas de se determinar a massa de forragem, porém, ao contrário da pesagem, o cálculo da massa é mais complexo e requer maior capacitação dos envolvidos. Vamos a alguns métodos:
Medição indireta por estimativa visual: é uma técnica que gera muito erros quando a pessoa não possui conhecimento sobre a massa de forragem. Trata-se de estimar a massa baseada somente no aspecto visual. Quando feita por pessoas acostumadas com a técnica, pode ser possível aproximar da massa real.
Medição indireta por alturas: através da medição da altura da pastagem, é possível multiplicar o valor médio pela densidade da forragem e possível chegar na massa de forragem da área com bastante precisão. Para isso, deve-se realizar a medição de vários pontos dentro do pasto e multiplicar pela densidade da forrageira na área. A densidade pode ser referenciada por um banco de dados ou mensurada pela própria fazenda, com a técnica abaixo.
Medição direta: é a medição da massa baseada no corte, secagem e pesagem da forragem diretamente no campo. É uma técnica muito boa de levantamento de massa, porém mais trabalhosa e requer atenção e critérios para ser realizada, conforme o post a seguir.
Agora basta juntar todos estes dados controlados para realizar os ajustes avançados no manejo das pastagens. Para isso, precisamos relacionar a massa de forragem disponível com a taxa de lotação, que é a relação do peso de animais (nº de cabeças x peso médio) na área de pastagem.
Mas antes de seguirmos, vocês já têm os controles e conhecimentos destes processos citados? Sem eles, não será possível avançar e implantar o ajuste do manejo avançado!
Caso queiram uma dica, o AgroHUB gerencia estes dados em um formato simplificado e muito mais!
Até o próximo post.
Deixe um comentário