Como é possível otimizar a colheita da forragem com a introdução de pastejo rotacionado?

Marcus Prado
Consultor Exagro

A introdução do pastejo rotacionado pode otimizar a colheita da forragem de várias maneiras, melhorando a eficiência do sistema e a qualidade geral da pastagem. Implantar um sistema de pastejo rotacionado envolve várias etapas importantes para garantir o sucesso e a eficácia do manejo. Hoje iremos falar um pouco das vantagens do pastejo rotacionado e quais pontos devemos levar em consideração para introdução deste sistema dentro da fazenda.

Afinal, o que é pastejo rotacionado?

O pastejo rotacionado é um sistema de manejo de pastagens que envolve a divisão de uma área de pasto em piquetes menores, nos quais os animais são movidos entre eles periodicamente. O objetivo principal é otimizar o uso da forragem, promovendo um equilíbrio entre o consumo pelos animais e o período de descanso para o rebrote.

O pastejo rotacionado permite uma melhor utilização da forragem, pois os animais são movidos entre os piquetes antes que a forragem seja totalmente consumida. Isso evita o superpastejo e permite que a forragem tenha folhas e tempo para se recuperar entre os períodos de pastejo.

Ter a possibilidade de usar este tipo de pastejo permite um aumento entre 20 a 30% da capacidade de suporte das pastagens, desde que bem executado.

(*Sollenberger et al, 2012)

Portanto, as fazendas que usufruem deste sistema de pastejo conseguem:

  • Melhorar a utilização da forragem produzida;
  • Aumentar a produção de forragem;
  • Manter os pastos da altura adequada de entrada e saída dos animais;
  • Evitar que os animais pastejem as folhas recém rebrotadas;
  • Melhorar a qualidade da forragem ofertada;
  • Reduzir custos com suplementação alimentar;
  • Aumentar produção de carne/leite na área;
  • Melhorar a distribuição de urina e fezes dos animais na área.

A implantação de um sistema de pastejo rotacionado envolve várias etapas importantes para garantir o sucesso e a eficácia do manejo. Alguns pontos a serem levados em consideração são a avaliação da topografia do terreno, o tipo de solo, a disponibilidade de água e a necessidade de investimento em cercas para divisão. Tenha isso em mente ao avaliar sua aplicação:

  • Considere a criação de corredores de acesso aos pastos e aos bebedouros;
  • O número de piquetes dependerá do tamanho da área de cada piquete desejado e, após isso, aliado a produtividade de capim, será possível calcular o número de animais e o período de descanso desejado para cada piquete;
  • Atenção, não crie muitos piquetes inicialmente e nem piquetes muito pequenos, pois isso pode ocasionar o superpastejo e a necessidade de muitas movimentações de lotes no dia, necessitando de mais mão de obra para movimentar os animais;
  • Construa cercas eficazes. Considere o uso de cercas elétricas, que possuem menores custos de implantação e maior velocidade de construção. Cercas convencionais também são eficazes, mas necessitam de mais mão de obra, estacas e arames na construção;
  • Garanta fácil acesso à água em todos os piquetes. Isso pode envolver a instalação de encanamentos, bebedouros e um sistema de abastecimento de água eficiente;
  • Implemente um sistema de monitoramento regular nos piquetes para avaliar a condição da pastagem, a altura da forragem e a saúde geral dos animais;
  • Permita períodos de descanso para os piquetes após o pastejo, permitindo que a vegetação se recupere;
  • Faça ajustes no plano de manejo conforme necessário, como alterar o tamanho dos piquetes ou ajustar a taxa de lotação caso as pastagens estejam passando ou estejam muito baixas.

Lembre-se de que a implementação bem-sucedida do pastejo rotacionado requer tempo, observação e ajustes contínuos com base nas condições específicas da sua propriedade. Consultar especialistas locais em pecuária e pastagem também pode ser benéfico para adaptar as práticas às condições do seu negócio.

Até o próximo post!

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