Marcus Vinicius Prado – Consultor Exagro
Maria Erika Picharillo – Trainee Exagro
Olá, pessoal!

Durante algumas de nossas postagens, enfatizamos a importância do equilíbrio entre a taxa de lotação e a utilização da área efetiva de pasto, com intuito de captar o máximo aproveitamento da forragem para produção animal, alinhado com o planejamento da futura capacidade de produção da área.
Para atingir o equilíbrio mencionado acima, é de suma importância utilizar de informações sobre as condições atuais da forragem das propriedades. Além disso, é necessário conhecimento do estoque de gado da fazenda, bem como o fluxo de estoque planejado (compra, venda de animais, época de estação de monta e parição), conhecimento das condições climáticas do local e a quantidade de forragem necessária para sustentar o gado, que pode ser calculada através da medição de forragem disponível
E o que seria a taxa de acúmulo de forragem (TAF)?
Taxa de acúmulo representa quantos quilogramas de forragem são acumulados diariamente pela forragem. Ou seja, é a produção/crescimento do capim, normalmente em quilos de matéria seca por dia.
Como calcular a taxa de acúmulo de forragem?
Existem algumas metodologias, sendo que a mais comum é pelo acompanhamento e mensuração da massa de forragem entre o fim do pastejo e o início do próximo ciclo de pastejo.

Sendo:
MF inicial = Massa de forragem no início do período de descanso;
MF final = Massa de forragem no final do período de descanso;
Período de descanso = nº de dias de descanso entre os pastejos.
Vamos a um exemplo prático:
No mês de maio, a massa de forragem após a saída dos animais de um piquete foi de 1.600 Kg Matéria Seca de forragem (MFInicial). Decorridos 28 dias, os animais voltaram para a mesma área, na qual o valor de massa de forragem obtida foi de 2.800 Kg Matéria Seca de forragem (MFFinal).

Por que devemos conhecer a taxa de acúmulo das forrageiras?
A somatória das taxas de acúmulos diárias da forragem representa o acúmulo de forragem, que neste caso, está correlacionado com o suporte das pastagens. Capins que acumulam mais geram um maior suporte, ou seja, maior produção gera maior disponibilidade de forragem para o consumo dos animais.
Quais fatores influenciam na taxa de acúmulo?
A taxa de acúmulo está associada a diversos fatores, como fertilidade do solo, temperatura, luminosidade, chuva, espécie forrageira adaptada as condições climáticas e o manejo aplicado na pastagem. São esses fatores que determinam o maior suporte das pastagens nas águas comparado ao período seco, ou a possibilidade de trabalhar com maior suporte utilizando estratégia de adubação de pastagens.
É importante nos atentarmos com o fato de que esta taxa não é constante, podendo variar durante os anos por diferentes fatores que podem influenciar no acúmulo da forrageira. Por essa razão, é de suma importância conhecer a produção da sua forrageira, para que você possa encontrar o suporte das suas pastagens e realizar um planejamento alimentar que adeque sua taxa de lotação ao seu sistema.
A seguir, está apresentado um gráfico com dados de uma propriedade acompanhada pelo PastoComCiência. O sistema de pastejo utilizado pela fazenda é o rotacionado e esta monitora suas pastagens por medições de altura de entrada e saída, medições diretas e a massa de forragem por satélite:

Observe que a distribuição da forragem é maior nas águas do que na estação seca, e é por meio desta distribuição do acúmulo que conseguimos ajustar o planejamento entre suporte e taxa de lotação da fazenda no decorrer do ano. No caso desta fazenda, conseguimos avaliar com precisão a produção forrageira e o suporte das pastagens ao longo do ano, baseado na oferta de forragem que se deseja para cada lote e categoria animal. Neste cenário, cerca de 72% da forrageira é produzida na estação chuvosa, de novembro a abril, e o restante é acumulado na seca.
E na sua fazenda? Qual a sua taxa de acúmulo?
Use o AgroHUB para monitorar as alturas de entrada e saída das pastagens e realize você mesmo o cálculo descrito acima para descobrir a taxa de acúmulo da sua pastagem.
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