Luiz Firmino
Treinee Exagro
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A utilização dos pastos na bovinocultura de corte tem sido um dos pilares da pecuária nacional. Como temos visto, a utilização de indicadores de manejo é uma prática importante para a melhoria dos sistemas de produção. No manejo das pastagens, o indicador Altura do Pasto é um importante aliado do manejador. A medição de altura feita de forma criteriosa auxilia na tomada decisão e possibilita um melhor aproveitamento do pasto.
Com base nisto, vamos iniciar este ano com uma série de postagens sobre manejos de diferentes forrageiras utilizadas na pecuária nacional. A ideia desse grupo de postagens é mostrar a vocês o que a pesquisa recomenda como um ponto ótimo para o manejo de pastagem e o que nós, do Pasto com Ciência, estamos encontrando no uso das forrageiras na prática das fazendas.
No intuito de facilitar o trabalho no campo, estudos foram realizados para determinar alturas de manejo para as espécies forrageiras utilizadas nos sistemas de produção a pasto. O capim Decumbens, ou braquiarinha, é uma das forrageiras mais antigas utilizadas na pecuária nacional. Sua capacidade de produção em áreas de solos ácidos e fertilidade reduzida foi um dos fatores que influenciaram na sua difusão pelo país. Morfologicamente, ela é uma braquiária de crescimento prostrado, como pilosidades nas folhas e caules, sendo os seus maiores problemas a sensibilidade à cigarrinha das pastagens e alta presença do fungo Pithomyces chartarum. Esse fungo é responsável pela produção da micotoxina esporidesmina, que pode causar a fotossensibilização nos bovinos.
De acordo com os trabalhos desenvolvidos pela Embrapa, as alturas recomendadas para a Brachiaria decumbens sob lotação rotacionada são de 30 e 15 cm para entrada e saída, respectivamente (COT 125 – Embrapa Campo Grande MS, 2013). Sob lotação contínua, recomenda-se a manutenção da altura de pastejo em cerca de 30 cm, conforme descrito por MORENO (2004), citado por AGUIAR (2009).
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As fazendas que participam do projeto Pasto com Ciência têm realizado medições de alturas de manejo de entrada e saída de animais em módulos de pastejo sob lotação rotacionada. É comum observar manejadores experientes que, a partir das alturas de referência, conseguiram desenvolver métodos de manejo eficientes para melhor aproveitamento das áreas utilizadas. Vale lembrar que a Altura do Pasto, juntamente com a Densidade, está diretamente ligada a outro indicador importante para a tomada de decisão no manejo, a Massa de Forragem, conforme descrito nestas postagens:
Os dados obtidos com o Projeto Pasto com Ciência demonstram valores de altura de manejo para a Brachiaria decumbens que diferem dos valores referenciados nas pesquisas, como podemos ver a seguir:
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Conforme observado no gráfico acima, nos dados encontrados com as medições do projeto Pasto com Ciência em comparação com os valores de referência citados em pesquisas, é possível notar que se pode obter ainda um melhor aproveitamento das áreas de capim decumbens. As alturas de saída dos animais ainda estão distantes do que é recomendado em pesquisa. No entanto, é importante ressaltar que cada área apresenta características diferentes, que variam de região para região. Nesse sentido, faz-se cada vez mais necessária a realização de medições de pasto dentro da fazenda, afim de gerar um banco de dados confiável das áreas, permitindo assim um melhor aproveitamento do pasto disponível.
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