Luiz Henrique
Trainee Exagro
A Brachiaria brizantha cultivar Marandu foi lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 1984. Popularmente conhecida como Braquiarão, é a forrageira mais difundida nas áreas de pastos cultivados do país. A sua difusão acelerada se deu principalmente pela alta resistência inicial da cultivar às cigarrinhas das pastagens, boa capacidade de cobertura do solo e a alta produção de MS (matéria seca) de boa qualidade da forrageira.
Por se tratar de uma gramínea cespitosa, de porte ereto e muito robusta, é comum encontrar áreas de Braquiarão com elevada massa de forragem e altura de dossel muito acima dos valores descritos como ideais para o manejo do capim. Como já discutido aqui no blog Pasto com Ciência, para aumentar a eficiência da colheita de forragem pelos animais, tendo em vista a otimização do desempenho do rebanho, é importante a utilização de indicadores que permitam melhor entendimento e controle sobre a produção forrageira.
A altura média do pasto é um indicador que auxilia o manejador na tomada de decisão. As recomendações de altura de manejo para a cultivar Marandu variam de acordo com o sistema de pastejo ao qual é submetida.
Em sistemas de manejo que utilizam o pastejo rotacionado, a recomendação de altura descrita para as cultivares de Brachiaria brizantha pela Embrapa Gado de Corte é de 30 e 15 cm de altura do dossel forrageiro para entrada e saída de animais, respectivamente. É bom ressaltar, que esta altura é uma recomendação da Embrapa, na literatura encontramos alturas recomendadas de entrada variando entre 40 e 25 cm para o Marandú. A decisão de qual altura de manejo a ser utilizada na sua fazenda, dependerá de alguns critérios como, a fertilidade do solo e potencial de rebrote do capim, do nível de adubação, aonde pastos adubados e mais densos, podem ser manejados mais baixos e do desafio e estratégia utilizada em sua fazenda.
Sob sistema de lotação contínua, as alturas utilizadas em trabalhos desenvolvidos na Embrapa Gado de Corte sugerem a manutenção da altura em torno de 30 cm.
Os trabalhos de medição realizados nas fazendas em parceria com o projeto Pasto com Ciência têm demonstrado que ainda há dificuldade em manejar o capim com entradas de 30 cm. Nota-se uma cultura de manter o dossel forrageiro sempre alto, com alturas médias de saída de animais superiores a 30 cm em grande parte do ano (10 dos 12 meses do ano), como pode ser visto no gráfico a seguir:
A manutenção do dossel forrageiro em alturas elevadas pode estar associada ao costume de armazenar massa de forragem para a estação seca do ano, no intuito de garantir o volumoso para o rebanho. No entanto, ao se elevar a média da altura de entrada de animais em um pasto, a forrageira perde valor nutricional, pela etapa de alongamento de colmos, senescência de folhas basais e redução da relação folha/colmo do pasto.
Como já discutido acima, indicadores são importantes aliados no melhor entendimento e controle sobre a produção forrageira. A realização de medições de altura de manejo dentro das fazendas pode gerar um banco de informações que leve ao conhecimento da dinâmica de produção de cada área dentro da propriedade. Esse conhecimento permitirá um maior aproveitamento dos recursos forrageiros da fazenda, trazendo benefícios para o sistema de produção.
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